Manual de exames

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS, POR PCR, Vários Materiais

Outros nomes: Painel IST, Painel DST, Infeções sexualmente transmissíveis, Detecção de Infeções sexualmente transmissíveis, DNA

Este exame não precisa ser agendado

Orientações necessárias

ATENÇÃO:

- Esse exame é realizado somente com solicitação médica.

I - Critérios de realização
- Menores de 18 anos precisam estar acompanhados por um responsável legal para a realização do exame.

II - Preparo
- A análise pode ser feita em amostra conforme abaixo:

AMOSTRAS DE:
RASPADO DE MUCOSA OU SECREÇÃO (ENDOCERVICAL, VAGINAL, CÉRVICO VAGINAL, COLO UTERINO, URETRAL);
RASPADO RETAL;
RASPADO DE OROFARINGE;
URINA PRIMEIRO JATO;
RASPADO DE MUCOSA OU SECREÇÃO (ENDOCERVICAL, VAGINAL, CÉRVICO VAGINAL, COLO UTERINO:

- Nas 48 horas anteriores ao exame, é necessário seguir os cuidados abaixo:
-- não usar creme e/ou óvulo vaginal;
-- não utilizar ducha nem fazer lavagem interna;
-- não realizar exame ginecológico com toque, ultrassonografia transvaginal e/ou ressonância magnética da pelve;
-- não manter relações sexuais com ou sem uso de preservativo;

- não deve ser feita coleta durante a menstruação, de preferência, mas pode ser realizada em vigência de sangramento não-menstrual.

AMOSTRA DE URINA PRIMEIRO JATO:
- realizar higiene habitual;
- necessário ficar sem urinar por um período mínimo de duas horas antes da coleta.

AMOSTRA DE RASPADO RETAL:
- realizar higiene habitual;
- não há necessidade de preparo especial.

AMOSTRA DE RASPADO DE OROFARINGE:
- ideal estar em jejum pelo menos por duas horas


III- Material enviado:
O Grupo Fleury recebe material, coletado em consultório , para este exame, em qualquer uma de suas unidades e em todo o período de atendimento.


Processamento e adequação da amostra

Materiais: RASPADO DE MUCOSA OU SECREÇÃO (ENDOCERVICAL, VAGINAL, CÉRVICO VAGINAL, COLO UTERINO, URETRAL)
RASPADO RETAL
RASPADO DE OROFARINGE
- Enviar o material à seção, em temperatura ambiente.

Material URINA PRIMEIRO JATO
Após receber o frasco plástico descartável com o material de urina de primeiro jato coletada, deve-se verificar se o volume está adequado (10 - 30mL). Caso esteja acima ou abaixo do volume especificado, comunicar o setor responsável (BMO).
- Enviar a amostra em tubo cônico estéril de tampa azul refrigerada. Mínimo 6 ml.

- A mesma amostra (única) pode ser utilizada para todos estes exames: DSTPCRTE, URIN1J, WUR1J e GRAMUR1J.
- Caso sejam solicitados URIN1J, WUR1J e GRAMUR1J, a amostra deve ser dividida em três (3) alíquotas: Microbiologia, Urinálise e Métodos Moleculares.

ESTABILIDADE DA AMOSTRA

As amostras de rapado de mucosa ou secreção são estáveis:
Temperatura ambiente: 7 dias;
Refrigerado (2-8 ºC): 15 dias.
Congelado (-20ºC): 30 dias.
A urina primeiro jato é estável nas seguintes condições:
Temperatura ambiente: 24 horas
Refrigerado (2 a 8ºC): 7 dias;
Congelado (-20ºC): 30 dias.


Método

Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em tempo real em multiplex

Valor de referência

M. genitalium: Indetectável
M. hominis: Indetectável em sítios estéreis
Sítios não estéreis: M. hominis pode ser detectado em sítios não estéreis do trato genital em pacientes assintomática (o)s. Para diferenciar entre colonização e infecção é recomendada a cultura específica, para avaliação da carga infectante.
Chlamydia trachomatis: Indetectável
Neisseria gonorrhoeae: Indetectável
Ureaplasma urealyticum: Indetectável em sítios estéreis.
Sítios não estéreis: M. hominis pode ser detectado em sítios não estéreis do trato genital em pacientes assintomática (o)s. Para diferenciar entre colonização e infecção é recomendada a cultura específica, para avaliação da carga infectante
Ureaplasma parvum: Indetectável em sítios estéreis
Sítios não estéreis: M. hominis pode ser detectado em sítios não estéreis do trato genital em pacientes assintomática (o)s. Para diferenciar entre colonização e infecção é recomendada a cultura específica, para avaliação da carga infectante
Trichomonas vaginalis: Indetectável


Interpretação e comentários

Chlamydia trachomatis: A detecção do DNA da Chlamydia trachomatis é útil para estabelecer o diagnóstico deste agente infeccioso de crescimento exclusivo intracelular. No homem, é causa comum de uretrite e nas mulheres, apesar de cursar na maior parte das vezes de forma assintomática, é uma das principais causas de endometrites, cervicites e de doença inflamatória pélvica. O reconhecimento da infecção por este agente é importante na prevenção de infertilidade feminina e abortamentos.
- Há três tipos de exames para diagnosticar as infecções causadas por esse agente:
1-Pesquisa de anticorpos no soro por imunofluorescência indireta
2-Imunofluorescência direta em raspado uretral ou endocervical;
3-Pesquisa do DNA por reação em cadeia da polimerase.
- Este último teste apresenta alta sensibilidade e especificidade e é indicado no rastreamento primário da infecção ativa por Chlamydia, sendo superior a outras técnicas, tais como cultura e métodos imunológicos (ELISA e imunofluorescência direta). A sorologia para Chlamydia informa apenas que indivíduo teve contato prévio com este agente.
- Recomenda-se que este exame seja realizado em raspado endocervical ou em 1º jato de urina. Não há necessidade de coleta de raspado uretral, seja no sexo masculino, seja no feminino.
- Este exame pode permanecer positivo por até sete dias após um tratamento antibiótico eficaz, em função da permanência de material genético bacteriano.

Neisseria gonorrhoeae: O teste para a detecção do DNA da Neisseria gonorrhoeae tem sensibilidade superior à da cultura em meio específico, pois não necessita da viabilidade bacteriana, e especificidade que se aproxima de 100%.
- O exame é particularmente útil no diagnóstico da infecção pela N. gonorrhoeae em mulheres, que, com frequência, não apresentam sintomas e pode evoluir se não tratada para doença inflamatória pélvica ou salpingite aguda,.
- Em homens, a infecção por Neisseria costuma ser sintomática e o diagnóstico pode ser feito em cultura com meio específico ou pela detecção do DNA deste agente

Mycoplasma hominis: tem sido identificado como agente de doença inflamatória pélvica, endometrite, salpingite, bacteremia após aborto ou no puerpério. Alguns autores demonstraram que M. hominis pode ser isolado do sangue e líquor de neonatos e pode causar danos neurológicos, mas sua associação com o trabalho de parto prematuro em seres humanos não é clara.
A cultura quantitativa ainda é recomendada para o diagnóstico de M. hominis em material cervical, uma vez que esta espécie cresce em meios de cultura em 2 a 4 dias, sendo consideradas significativas cargas bacterianas ? 104 unidades trocadoras de cor/ml.
A cultura permite a realização do teste de sensibilidade de M. hominis aos antimicrobianos.
A PCR é a melhor ferramenta diagnóstica para sítios estéreis ou quando há cultura negativa em um paciente sintomático, em função da maior sensibilidade em relação à cultura.

M. genitalium: tem sido apontado como agente de uretrite, cervicite, endometrite, doença inflamatória pélvica, infertilidade, aborto espontâneo e parto prematuro. No homem tem sido descrito como causa de uretrite e prostatite.
A PCR é a abordagem recomendada para o diagnóstico de infecções por M. genitalium devido ao crescimento lento desta espécie em meio de cultura.
Contrastando com o que ocorre com M. hominis, para M. genitalium não há uma quantificação mínima para que seja feita uma diferenciação entre colonização e infecção; portanto se a PCR for positiva e houver sintomatologia, é provável o diagnóstico.
O tratamento de escolha é o moxifloxacino, pois há vários relatos de resistência à azitromicina. Em caso de falha no tratamento com moxifloxacino, a confirmação da resistência deve ser feita por sequenciamento da região determinante da resistência às quinolonas, dos genes parC and gyrA, mas o procedimento ainda é restrito a laboratórios de pesquisa.

Não há consenso sobre o tempo mínimo após a exposição para se obter a melhor sensibilidade no diagnóstico da infecção por M. genitalium. O consenso europeu recomenda um período de duas semanas em analogia com as recomendações para o diagnóstico de C. trachomatis. Uma abordagem racional é solicitar o teste logo após a primeira consulta e testar novamente após duas semanas, se a PCR para M. genitalium for negativa.

Ureaplasma spp: são uma causa significativa de uretrite não gonocócica (NCNGU) e epididimite em homens e podem causar síndrome uretral em mulheres. São mais frequentemente isolados de recém-natos prematuros e fetos abortados do que recém-natos saudáveis nascidos a termo ou abortos induzidos. Causam bacteremia, pneumonia e meningite em recém-nascidos, mesmo naqueles submetidos à cesariana.
U. urealyticum (anteriormente U. urealyticum biovar 2) é a espécie mais frequente associada à NCNGU. O teste molecular atualmente em nossa rotina discrimina as espécies U. urealyticum e U. parvum.
Em função da maior sensibilidade que a cultura, a PCR tem elevado valor preditivo negativo, mas o valor preditivo positivo é limitado. U. parvum e U. urealyticum podem ser detectados em sítios não estéreis do trato genital em pacientes assintomática (o)s. Para diferenciar entre colonização e infecção é recomendada a cultura específica, para avaliação da carga infectante, sendo consideradas significativas cargas bacterianas ?104 unidades trocadoras de cor/ml.
A cultura permite a realização do teste de sensibilidade aos antimicrobianos.
A PCR é a melhor ferramenta diagnóstica para sítios estéreis ou quando há cultura negativa em um paciente sintomático, desde que sejam excluídas outras causas infeciosas.


Trichomonas vaginalis: A tricomoníase acomete mais frequentemente mulheres do que homens e a coexistência de vaginose bacteriana e tricomoníase tem sido reportada em até 80% dos casos de vaginose.
A tricomoníase em mulheres pode ser assintomática em até 50% dos casos; quando sintomática, é caracterizada por corrimento purulento de odor acentuado, prurido e disúria. Pode haver dispareunia e sangramento pós-coito. Os órgãos mais frequentemente acometidos são a vagina, a uretra e as glândulas para-uretrais.
Em homens, a tricomoníase pode ser assintomática em até 75% dos casos, grande parte dos casos tem resolução espontânea, mas em uma fração menor dos casos pode haver persistência por meses. Os sintomas, quando presentes, são aqueles de uretrite.
Três testes podem ser utilizados no diagnóstico da tricomoníase: microscopia direta do material clínico, cultura em meio de Diamond e pesquisa do DNA por PCR. O teste com maior sensibilidade é a detecção do DNA (PCR), com até 100% de sensibilidade e 99,9% de especificidade em algumas publicações, enquanto a combinação da cultura e microscopia do material clínico tem sensibilidade de 71% em amostras de corrimento vaginal.


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