Outros nomes: Detecção de mutação no gene CSF3R, CSF3R, exon 14, CSF3R, exon 17, Mutação para leucemia neutrofílica crônica
I - Informação sobre o exame
- Este teste está indicado para auxiliar no diagnóstico da leucemia neutrofílica crônica, leucemia mieloide crônica atípica, algumas doenças mieloproliferativas ou neutropenia congênita grave, assim como o direcionamento de tratamento individualizado de acordo com a presença e o tipo de mutação detectada.
- Este exame é realizado somente diante de solicitação médica.
- Menores de 18 anos devem estar acompanhados de um adulto responsável para a realização do exame.
- Este exame não necessita de agendamento prévio ou qualquer tipo de preparo.
II - Material
- A análise pode ser realizada em amostras de sangue periférico ou de medula óssea, a critério médico, colhidas ou não no laboratório.
- Caso a coleta de medula óssea seja feita na unidade, o cliente deve agendar previamente o procedimento.
III - Material enviado
- A amostra deve ser mantida sob refrigeração e entregue em até 72 horas após a coleta.
- O laboratório não aceita materiais enviados em seringa com agulha.
Para saber sobre estes exames e como realizar, acesse:
https://www.fleurygenomica.com.br/
- Receber a amostra em embalagem REF e mantê-la nesta condição até a manipulação.
- Não manusear.
- Enviar o material o mais rápido possível para a seção, refrigerado.
- Rejeitar amostras colhidas em heparina.
- Não aceitar material enviado em seringa com agulha.
Estabilidade da amostra:
Temperatura ambiente: não aceitável;
Refrigerada (2-8 ºC): 7 dias;
Congelada (-20 ºC): não aceitável.
Sequenciamento dos éxons 14, 15 e 17 do gene CSF3R
- Análise baseada em reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction, PCR), seguida por reação de sequenciamento capilar para pesquisa de variantes genéticas nos éxons 14, 15 e 17 do gene CSF3R (NM_156039.3)
N/A
Mutações no gene CSF3R
As mutações no receptor 3 de fator estimulante de colônia (CSF3R) podem ser herdadas ou adquiridas. Geralmente estão localizadas nos éxons 14 e 17, mas também podem ocorrer em outros éxons, como no 15.
As mutações adquiridas causam duas formas raras de leucemia, a leucemia neutrofílica crônica (LNC) e a leucemia mieloide crônica atípica (LMCa). Mas, além disso também foram descritas em fase terminal de neoplasia mieloproliferativa crônica inclassificável transformada em LMCa (Bartels et al, 2015), assim como em um caso de neutropenia congênita grave (NCG) familiar, que evoluiu para leucemia mieloide aguda (LMA). Apenas 0,5 a 1% das LMA de novo.
A leucemia neutrofílica crônica (LNC) caracteriza-se por persistente leucocitose devido à neutrofilia, esplenomegalia e hiperplasia granulocítica na medula óssea (MO). Os critérios para o diagnóstico incluem a presença, no sangue periférico (SP), de leucócitos >25.000/uL com >80% de neutrófilos segmentados, <10% de granulócitos imaturos e <1% de mieloblastos. Não deve haver displasia, monocitose ou evidencia molecular de rearranjos envolvendo: BCR-ABL1, PDGFRalfa, PDGFRbeta e FGFR1. Cerca de 80% dos casos de LNC apresenta mutação somática ativadora no gene CSF3R, sendo a mais frequente a mutação T618I (também conhecida como T595I). Essa mutação confere sensibilidade a inibidor de quinase JAK.
Como a mutação não é específica de LNC, diante de resultado positivo, faz-se necessária a correlação clínicopatológica. Já um resultado negativo não exclui a presença da LNC, outras doenças mieloproliferativas e neoplasias hematológicas ou não.
A leucemia mieloide crônica atípica (LMCa) caracteriza-se por displasia granulocítica, leucocitose >13.000/uL, geralmente com aumento >10% de precursores neutrofílicos no SP e na MO e ausência de BCR-ABL1.
A mutação T640N (também conhecida como T617N) localizada no éxon 15 do gene ocorre em pequena porcentagem de casos que exibem várias características moleculares das mutações mais comuns (T618I), incluindo sensibilidade a inibidores de quinase JAK.
As mutações herdadas causam a neutropenia congênita grave (NCG) que pode eventualmente evoluir para a LMA. A identificação de mutações no gene CSF3R permite concluir o diagnóstico de NCG, assim como direcionar a terapêutica.
A NCG também conhecida como Síndrome de Kostmann foi descrita como doença autossômica recessiva caracterizada por neutropenia grave com infecções bacterianas, logo no início da vida, e insuficiência medular. Porém, foi descrita a mutação no gene HAX1 no descendentes da família orginalmente afetada.
A mutação germinativa T640N no gene CSF3R resulta em neutrofilia hereditária relativamente benigna, porém quando observada em LNC ou LMCa indica doença agressiva sugerindo que outras mutações podem contribuir para o fenótipo da doença.